Ansiedade: quando o futuro vira ameaça


Recentemente escrevi um livro chamado Ansiedade: Quando o corpo quer falar com você, onde mergulho fundo nas raízes desse mal tão presente no nosso tempo. A ansiedade, muitas vezes, aparece quando o futuro deixa de ser um espaço aberto para ser uma sombra ameaçadora, um lugar onde o medo toma conta e paralisa.

Do ponto de vista psicanalítico, a ansiedade não é um problema que surge do nada, mas sim um sinal de que algo interno está em conflito. Freud já nos mostrou que a ansiedade está ligada a uma antecipação do perigo, real ou imaginário, que pode ser resultado de desejos, medos e traumas inconscientes. Quando o futuro deixa de ser uma possibilidade e vira ameaça, o que está em jogo é o controle sobre o desconhecido, o medo do que pode acontecer e a dificuldade em lidar com a incerteza.

É comum que, ao sentir ansiedade, o corpo reaja com sintomas como aperto no peito, suor excessivo, palpitações ou uma sensação difusa de pânico. Esse é o corpo tentando comunicar um desconforto que a mente ainda não consegue decodificar claramente. O futuro, que deveria ser uma promessa, transforma-se em um território hostil e cheio de armadilhas imaginárias.

Dentro da psicanálise, essa ameaça futura pode estar ligada a um conflito interno não resolvido. Muitas vezes, nossa mente tenta evitar enfrentar dores antigas, lembranças reprimidas ou desejos proibidos. A ansiedade funciona como um alerta que emerge quando esses conteúdos inconscientes ameaçam vir à tona. Por isso, o sintoma não é um inimigo a ser eliminado rapidamente, mas uma pista valiosa para quem deseja se conhecer melhor.

Quando a ansiedade domina, a tendência é fugir, evitar situações que lembram a ameaça futura ou tentar controlar excessivamente tudo ao redor. No entanto, esse esforço só aumenta o sofrimento, porque alimenta o ciclo de medo e insegurança. O caminho para a cura passa por olhar para dentro, reconhecer o que está por trás do medo, e aceitar que o futuro nunca será totalmente previsível ou controlável.

Aprender a viver com a incerteza e acolher a vulnerabilidade pode ser libertador. Através da escuta psicanalítica, é possível começar a decifrar as mensagens que o corpo e a mente enviam, tornando a ansiedade menos ameaçadora e mais compreensível.

Se você se identificou com essas sensações e quer entender melhor o que seu corpo tenta dizer quando o futuro parece assustador, recomendo a leitura do meu livro Ansiedade: Quando o corpo quer falar com você. Ele foi pensado para ajudar quem enfrenta esse desafio diário e quer trilhar um caminho de autoconhecimento e alívio.

Se este artigo fez sentido para você, compartilhe com amigos ou familiares que possam se beneficiar dessa reflexão. E, se quiser conversar mais sobre ansiedade, mandar sua história ou dúvidas, escreva para nós no email odivaaberto@gmail.com. Estamos aqui para ouvir você.

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