Ele(a) nunca vai te amar assim: pare de lutar por quem só te tolera!



Vivemos numa era em que o afeto parece ser uma moeda de troca. Presentes, mensagens, favores, agrados tudo isso muitas vezes é usado não como expressão genuína de amor, mas como tentativa inconsciente de ser aceito, validado, desejado. Mas por que fazemos isso? Por que mimamos quem não nos ama, esperando algo em troca? E o que isso revela sobre nossas feridas emocionais?

O desejo de ser amado a qualquer custo

Na visão da psicanálise, o ser humano é movido por faltas. Desde o nascimento, buscamos no outro o preenchimento do que nos falta seja o afeto, a atenção, o reconhecimento. Esse desejo, muitas vezes inconsciente, nos empurra para repetir padrões: mimar, agradar, sacrificar-se. Mas nem sempre isso vem de um lugar saudável. Muitas vezes, é uma tentativa de reparar o desamparo primordial.

Freud já falava do desejo como algo que nunca se satisfaz plenamente. E Lac

Claro, aqui está o artigo com olhar psicanalítico, em linguagem inteligente, humana e com valor prático para o seu blog O Divã Aberto:

Mime quem te ama: a ilusão do amor conquistado pelo esforço

Existe uma linha tênue entre o amor que se oferece livremente e o amor que se tenta comprar com gestos. A frase compartilhada por Ed Siatti revela essa diferença de forma direta e profunda: mime a pessoa que te ama, não mime a pessoa para que ela te ame. Essa distinção, que parece simples, revela um drama emocional que muitos vivem em silêncio: a tentativa constante de merecer amor.

Na perspectiva psicanalítica, esse comportamento tem raízes profundas. Muitas vezes, quando alguém se doa demais para ser amado, não está oferecendo amor, mas tentando cobrir um vazio anterior. Freud nos mostra que o sujeito humano nasce em desamparo. Desde o início, dependemos do outro para sobreviver e, posteriormente, para sermos reconhecidos. Quando esse reconhecimento falha na infância, o adulto se torna aquele que precisa fazer muito para se sentir digno de ser amado.

Lacan complementa essa visão ao dizer que o desejo do sujeito é o desejo do outro. Ou seja, o que me dá valor é me tornar desejado. O problema é quando esse desejo do outro se transforma em obsessão. O sujeito passa a ignorar seus próprios limites, negligenciar seu valor e se moldar ao que o outro parece querer. Esse é o ponto em que mimar deixa de ser expressão de afeto e vira estratégia de sobrevivência emocional.

A busca por amor, quando movida pela carência, gera um ciclo de frustração. A pessoa oferece mais do que tem, espera mais do que o outro pode dar e acaba ressentida. Isso adoece. Em vez de vínculo, gera dependência. Em vez de amor recíproco, cria jogos de poder.

Como sair desse ciclo

1. Reconheça seus padrões afetivos

Reflita sobre seus relacionamentos. Você se doa demais esperando algo em troca? Sente-se frustrado quando não recebe o que imagina merecer? Isso pode indicar que há um desejo inconsciente de ser reconhecido a qualquer custo.

2. Cuide da sua autoestima

Não é clichê. Quem se valoriza não se submete à migalha emocional. O amor próprio nasce do reconhecimento de que você é digno de afeto sem precisar performar.

3. Trabalhe suas feridas emocionais

Muitas vezes é preciso olhar para trás, para os primeiros vínculos, e entender onde foi que se aprendeu a ideia de que o amor se conquista pelo sacrifício. A psicanálise pode ser um caminho potente para isso.

4. Pratique o amor recíproco

Ofereça amor a quem já o oferece de forma genuína. Invista energia onde há troca. Relações saudáveis se constroem no equilíbrio.

Um convite para o seu processo de cura

Se você se identifica com essa realidade, talvez seja hora de abrir espaço para entender suas repetições emocionais. No blog O Divã Aberto, exploramos essas dores com profundidade e humanidade. Convido você a assinar nossa newsletter, acompanhar nossas publicações e, se desejar, iniciar sua escuta terapêutica. Sua história merece ser ouvida e ressignificada.

Não espere ser amado para se amar. Comece hoje.

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